01/12/2011

Debate

Dr. Alberto estará na mesa de debates do filme quotex web O VENENO ESTÁ NA MESA, com o próprio diretor, Silvio Tendler e diversas entidades mobilizadas pro uma agricultura mais saúdável e democrática
Dia 2 de dezembro, no SENAC Aclimação, a partir das 19h

07/11/2011

Nosso suor sagrado

NOSSO SUOR SAGRADO
Acabou a G-20, em Cannes. No saldo, um continente em perigo, a Europa. Um país em bancarrota, a Grécia. E a economia do quotex site planeta em suspense. Vivi muitos anos da minha vida em um país onde a dívida com o FMI parecia insolúvel. Aqui, nos trópicos, muito suor. Comecei a trabalhar com 18 anos, ainda estudante de medicina. Trabalhava de noite e estudava de dia. Não me lembro de nenhum momento de minha vida (olhe que já tenho muito tempo) no qual estivesse ao bel prazer, vendo os dias passarem. Minha vida é de trabalho, trabalho e trabalho. E até hoje ainda não fiz o que se pode chamar de "pé de meia". Ainda estamos muito longe das condições que a Europa e os países desenvolvidos oferecem aos seus cidadãos. Já temos a postura de grandes, mas ainda somos subnutridos em termos de previdência.
Mas deixando a esfera pessoal, olho em volta e vejo milhões de brasileiros nas ruas, lutando pela vida, levando as notas amassadas de dinheiro para suas comunidades após um dia de labuta, com os dentes mal tratados, sem um sistema de saúde eficiente, sem emprego formal, vivendo na informalidade trabalhista e na falta de opções. Montam barracas, vendem produtos e sobrevivem. Andam e morrem em motos e caminhões. Milhares que são ainda mal remunerados, empregados com carteira, fazendo trabalhos pesados na limpeza urbana, construção, industria e serviços públicos. Subindo ladeiras que às vezes desmoronam com a chuva.
É isso o que vejo no meu país. País que durante dezenas de anos vivia com o prato estendido ao "Primeiro Mundo". Não foi em vão, é claro que muitos países da Europa contribuíram ao investir no Brasil. Mas a troca era o lucro deles versus o suor do brasileiro. Enquanto isso, na Europa e Primeiro Mundo imperava a "dolce vita". Até os trabalhos pesados não provocavam calos neles. Estes eram (ainda são) ocupados pelos turcos, argelinos, hindus e - brasileiros! que fazem a limpeza das ruas, enquanto os filhos da terra usufruem a riqueza gerada pelo capital especulativo.
Mas afinal o que é capital especulativo? É dinheiro gerado em cima de dinheiro. Juros sobre juros www.quotex.net.br . Agiotagem internacional, esvaziamento de economias. Eu vi a Argentina quebrar,vi a Russia quebrar, por caprichos do capital especulativo. As grandes escolas mundiais de economia (inclua-se aí Oxford e Harvard) foram formando "tropas de elite" de tecnocratas insensíveis, especistas e racistas, que do alto de seus edificios na Wall Street, criaram um mundo sem religião, tendo como Deus o mercado. Esse mundo de agrotóxicos, fármacos, celulares sugadores de dinheiro, sistemas bancários vampiros. Enquanto isso, decada de 90, meninos e meninas de rua no Rio de Janeiro "viravam anjos" da noite para o dia.
Curiosamente um dos maiores especuladores de todos os tempos chama-se Sórós. Giorgios Sórós. Grego! Ele quebrou a Argentina, volatilizando milhões em dinheiro eletrônico disponível. Como um deus maligno no Olimpo da economia. E agora a maldição dos deuses leva a Grécia ao colapso. Mas Sorós é grego? Não! Esses caras não tem identidade nem país. Não têm família, tem apenas tabelas de ações. Com um teclar de lap top, uma economia se esvazia.
Logo depois criou-se o EURO (Especuladores Unidos, Rapina Onipresente) e as crises deles pareciam ceder. De preferencia sem nenhum suor. Criaram pelos bancos internacionais os enormes juros aplicados aos paises pobres, mantendo juros quase zero para seus cidadãos enxutinhos. Quem sua é o africano. É o brasileiro. É o mexicano e o boliviano. Os pobres suam e os ricos jogam xadrez em cúpulas condicionadas, bebendo Campari Soda, enquanto moedas suadas caem em seus cofres: plim, plim, plim...
Por isso endosso a quase ironica afimação da presidenta: "Se eles (os europeus) não contribuem, porque haveria o Brasil de contribuir? Nosso dinheiro é obtido pelo suor do nosso povo". Isso não se aplica a todos os brasileiros não! Mas é "outro capítulo". Pagamos com o suor do nosso povo a dívida externa e o FMI. Estamos crescendo. É hora de investirmos no povo que trabalha. Transformar suor e lágrimas em água limpa, saneamento, previdência e saúde. Eles estendem o prato, vamos colocar nele indulgência e inteligência.
Nossa cultura suada de trópico e trabalho ainda vai mostrar ao mundo uma nova economia, solidária, de ganhos bilaterais, de compartilhamento, de valorização da família, de suor valorizado. Vamos criar uma nova moeda internacional, salgada como o sal. Uma moeda chamada SUOR. Quanto você sua? Será o que você merece ganhar! Um político ganharia salário mínimo e um lixeiro 1.000 suores. Um agroinvestidor ganharia 100 suores e um agricultor orgânico 2.000. Um burocrata ganharia 300 e um plantonista 3.000.
E eu, prezado leitor, já estaria passeando de barco a vela nas Antilhas!

05/11/2011

57a. Feira do Livro

Lugar de médico é na cozinha

Encontros com o Livro

Quando:
06/11/2011 - 18:30
Onde:
Sala Leste - Santander Cultural
Convidados:
Alberto Peribanez Gonzalez, Nazareth Agra Hassen
http://www.feiradolivro-poa.com.br/

24/10/2011

Condensabado em Osasco

A Oficina da Semente apresenta:

CONDENSÁBADO no Parque Chico Mendes em Osasco - SP

Dia 12 de Novembro, sábado, com Dr. Alberto Gonzalez e Grupo Espaço Goji

Das 8:30 às 16h com aulas teóricas e práticas

Leites e queijos de castanhas, carne vegetal, brotos e fermentados

Almoço preparado pelos alunos e equipe: Macarrão de abobrinha ao molho sugo

Venda do livro LUGAR DE MÉDICO É NA COZINHA

Apoio

Feirinha Organica do Shopping Continental

Luciana Frutas Orgânicas

Inscrições limitadas

R$ 49 reais, garantidas pelo pagamento integral ou sinal de 50%

Tratar com Marta pelo telefone (011) 3591 1828
das 9 as 12h e das 14 às 17h em dias de semana

Duvidas pelo e-mail maya.oficinadasemente@gmail.com

13/10/2011

Palestra 19/10


 Palestra com
DR. ALBERTO PERIBANEZ GONZALEZ

CURA DO DIABETES PELO ALIMENTO VIVO
                                                                Com autógrafos
            DIA: 19 de Outubro  -  16 horas
 Livro 
 Local:
Farmácia Therapeutica
Rua 83, 206, Setor Sul-Goiânia

Contribuição: R$ 10,00

03/10/2011

Sonhos de Mariah

ESTA ESTÓRIA VAI PARA MARIAH, QUE FAZ NOVE ANOS NO DIA DE SÃO FRANCISCO.


SONHOS DE MARIAH –  O JARDIM OCEÂNICO
É um dos lugares mais valorizados do Rio. Discreto, com edifícios luxuosos de três, no máximo quatro andares, se vê do avião como um sol nascente, na entrada da Barra e circundada pelo mar e pela foz do canal do Joá. Talvez por este sinal - o do sol nascente - o investidor milionário japonês Tomio Nagasaki tenha comprado, há quarenta anos atrás, uns dez lotes. Nove ele construiu, gerando muito mais renda ainda para sua farta economia.
Um apenas - o mais bonito, com uma leve ondulação, um poço, um pé de jamelão e alguns de amora - ele guardou para o dia que tivesse um descendente.  Pensando nisso, plantou alguns pés de cerejeira, a árvore símbolo de prosperidade e beleza dos orientais do norte.  Casou-se logo depois da entrega dos últimos imóveis.
Sua mulher deu-lhe uma filha, que batizou Suyara, em homenagem à história de Yara, a deusa dos rios, de quem ouvira falar no Brasil.  Mas os dezoito anos seguintes foram difíceis, pois Suyara sofria as conseqüências de uma rara doença.  Os nervos perdiam a capa de proteção, ela sentia muitas dores e tinha atrofia muscular. Na verdade era seu próprio corpo que atacava os nervos. Sua vida era do médico para a fisioterapia, da fisioterapia para casa e da casa para escola. Tomio Nagasaki gastava muito dinheiro e orava muito para que sua filha se curasse. Daria todo seu dinheiro se pudesse ver a filha andando e brincando como as outras.
O lindo terreno do outro lado do mundo ficou abandonado e esquecido.
Nando, Arnaldo, Paulo, Branco e Tony eram típicos garotos da classe média alta carioca. Pegavam onda, andavam de skate e freqüentavam as melhores escolas da Barra da Tijuca. Quando circulavam pelo nobre bairro em suas tábuas rolantes, acostumaram-se a sentar naquele lugar agradável, quase intacto por natureza, com um belo pé de jamelão e duas lindas cerejeiras, que às vezes ornavam-se de incontáveis flores cor de rosa.  Mas o terreno também era ocupado por alcoólatras e alguns viciados, que deixavam seringas e garrafas, além de muita sujeira. Além disso assomava-se o lixo que algumas pessoas inconscientes jogavam, sem pensar.
De tanto ouvir falar em natureza nas diferentes escolas, resolveram fazer um novo e inédito empreendimento. Com a colaboração de alguns moradores e amigos dos pais, puxaram a energia por uma longa extensão da casa de Paulo, que era vizinho do terreno e instalaram uma bomba para puxar água do poço. Cercaram o terreno abandonado, fizeram canteiros, usando pedras de resto de construção e fazendo desenhos originais, plantando couve, brócolis, almeirão, catalonha, alfavaca, chicória e alface. Plantaram também pepinos, inhame, abóboras e chuchu. Trabalharam muito!
Começaram então a fazer suco verde, no próprio terreno, debaixo do pé de jamelão.  Colocavam em garrafinhas e entregavam em diferentes endereços. O negócio ia de vento em popa, aumentando cada vez mais o número de clientes, que iam melhorando de saúde e contando aos outros. Eles já coletavam lixo orgânico e transportavam em uma carreta puxada por bicicleta. Na horta, tinham uma composteira, que transformava todo o lixo orgânico em adubo, que por sua vez deixava as plantas cada vez mais bonitas, sem uso de qualquer produto químico.
Já estavam virando notícia no jornal. Os garotos sabiam tudo de agricultura orgânica, davam conselhos de saúde, estavam recuperando outros meninos que tinham vícios ou compulsões. Na verdade, haviam se transformado em mini-empresários sustentáveis de saúde. 
Em um mês de setembro, Tomio fez uma viagem ao Rio e viu tudo aquilo acontecendo no terreno antes abandonado. Ficou furioso, e mandou fechar todo o quarteirão na hora, com cerca de latão típica de obras caras e com um portão de ferrolho. Os meninos ficaram desolados. Tudo o que estava lá dentro ficou perdido, desde a mesinha debaixo do pé de jamelão, os lavatórios feitos com vidro blindex de sucata, o depósito de madeira com utensílios de plantio, mangueiras, liquidificador, garrafinhas e a bomba do poço. Raras vezes aqueles meninos tão pra frente tinham chorado, mas naquele dia eles soluçavam, abraçados frente ao sinistro muro, que mais lembrava o de um campo de concentração.
Tomio Nagasaki voltou ao Japão, e logo contou a Suyara o acontecido, com todos os detalhes e a eficiência com que fechou rapidamente o terreno. Ela ouviu em silêncio. Desde aquele dia a moça passou a ter sonhos com o Brasil, com flores, dias quentes e mar bravio. Alguns eram muito fortes e intensos, mas em nenhum deles ficava com medo. Sentia uma energia maior a cada dia. No ano seguinte, em pleno mês de janeiro disse ao pai, com um sorriso submisso e confidente: “estamos em janeiro e eu quero conhecer o Rio de Janeiro”. O pai surpreendeu-se e sorriu, declinando a cabeça. Como andava em cadeira de rodas, o pai montou uma operação para levar a filha.
Dia e noite se passaram, atravessando o mundo dentro de um avião.
O imenso cadeado se abriu e o atlântico jardim surgiu na frente de Tomio e Suyata. Os olhos da moça encheram-se de cores e emoção. Todas as plantas: a alfavaca, o chuchu, brócolis, chicória – todas – haviam tornado-se frondosas moitas e estavam em flor! Flores roxas, brancas, rosas e vermelhas invadiram sua retina, naquele dia inesquecível de calor e cheiro de mar. O pés de jamelão a amoras estavam carregados. Mas, curiosamente, as duas cerejeiras haviam secado.
Foi quando apareceu Paulo, que tinha visto a cena pela janela. Ele colheu uma amora de jamelão e deu à pálida menina, que sentiu a fruta dissolver-se na boca e na alma.
Com auxilio do Sr. Nagasaki, Paulo foi ao galpãozinho, ligou a bomba do poço, que jorrou água nas torneiras e fez o suco verde para a moça, usando pedaços e as folhas de uma imensa abóbora, chuchu, inhame e as flores do jardim. Depois de coado frente aos surpresos visitantes, ela bebeu a seiva daquele terreno, fechou os olhos e ficou vários minutos em profunda meditação. Disse ao pai que ficaria ali. Como ele tinha vários imóveis, não foi difícil instalar a filha.
Os meninos se reuniram e mostraram a Suyara como funcionava a “rede da vida”. Eles só haviam chorado no primeiro dia, pois no segundo e terceiro já estavam trabalhando e ocupando outros terrenos baldios, desta vez com autorização, por contrato, de seus proprietários. Aqueles meninos haviam percebido uma descoberta!
Muitos terrenos agora tem hortas, muitas pessoas se beneficiam da sagrada bebida fresca. Os rapazes montaram uma pequena empresa de saúde preventiva. A notícia chegou ao Japão e começou a acontecer entre os jovens de lá.
E Suyara? Ela agora cuida do jardim que não mais lhe pertence, mas a todos os jovens do planeta. As cerejeiras, cuidadas por suas habilidosas mãos, explodem em cor todos os meses de setembro.
Dedicado a Akira.